quarta-feira, 10 de junho de 2009

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Capitalismo enfrenta uma grande crise

O 1º de Maio deste ano de 2009 transcorreu sob o signo de uma severa crise do modo de produção capitalista. É a mais séria crise desde a Grande Depressão que atravessou a década iniciada em 1930 e desaguou na 2º Guerra Mundial, e também a mais global e sincronizada de toda a história do capitalismo.
Embora não seja responsável pela crise, a classe trabalhadora é quem mais sofre os seus efeitos sociais, com as demissões em massa, o arrocho dos salários e a precarização dos contratos e das condições de trabalho.


REDUZIR JORNADA É INEVITÁVEL

A necessidade da redução da jornada sem redução de salários é patente diante da multiplicação do número de desempregados, que deve chegar a 250 milhões de trabalhadores e trabalhadoras em todo o mundo, segundo estimativas da OIT.
No Brasil, a taxa de desemprego saltou para mais de 15% nas seis principais regiões metropolitanas, segundo o Dieese, atingindo mais de 3 milhões de pessoas no universo pesquisado. Cerca de 1 milhão de postos de trabalho foram suprimidos desde outubro do ano passado.
Urge intensificar a luta pela redução da jornada sem redução de salários, aspiração histórica da classe operária que pode gerar milhões de postos de trabalho. É indispensável consolidar a unidade das centrais sindicais para obter sucesso neste sentido, razão pela qual a CTB propõe a realização, o quanto antes, de uma marcha emergencial a Brasília pelo emprego.


UM NOVO PROJETO NACIONAL


Será preciso ir além disto. A crise do capitalismo não encontrará uma solução progressista nos marcos deste odioso sistema de exploração do homem pelo homem. É preciso levantar bem alto neste 1º de Maio a bandeira do socialismo, que ocupa um lugar privilegiado nos princípios e objetivos estratégicos da CTB e é também o ideal maior dos trabalhadores e trabalhadoras em todo o mundo.
Finalmente, estamos convencidos de que a luta por um novo projeto nacional de desenvolvimento, com soberania e valorização de trabalho, pode abrir o caminho nesta direção.

1º de Maio


Dia de luta contra a exploração capitalista e pelo socialismo

Por Wagner Gomes*


O Dia Internacional dos Trabalhadores foi instituído por iniciativa da Internacional Socialista (organização fundada e dirigida por Karl Marx e F. Engels) num congresso realizado em Paris no ano de 1889, em homenagem à heróica greve realizada três anos antes, em maio de 1886 na cidade de Chicago (EUA).
O movimento, que mobilizou milhares de pessoas, foi brutalmente reprimido pelo Estado (veja foto acima), o que resultou no assassinato de 12 grevistas e em dezenas de feridos, bem como na prisão e posterior condenação à morte dos principais líderes operários, que ficaram conhecidos na história, merecidamente, como os “mártires de Chicago”.
Os operários estadunidenses, que na época labutavam pelo menos 12 horas todo santo dia, exigiam a redução da jornada de trabalho para 8 horas diárias sem redução de salários.




CONQUISTA DAS 8 HORAS DIÁRIAS

Tal bandeira foi transformada no principal tema do 1º de Maio em todo o mundo a partir da instituição da data. Ao longo dos anos, o limite de 8 horas de trabalho foi conquistado com muita luta e transformado em direito praticamente em todo o mundo. No Brasil, o limite legal das 8 horas diárias e 48 horas semanais foi estabelecido em 1932 por Getúlio Vargas e depois consolidado como direito em 1943 na CLT. A Constituição promulgada em 1988 reduziu a jornada semanal para 44 horas, mantendo o limite diário de 8 horas. A demanda por uma jornada menor, respaldada pelo avanço da produtividade do trabalho, tem sido recorrente nas manifestações do 1º de Maio e continua muito atual no Brasil e no mundo.


12 HORAS E O FIM DO DESEMPREGO

O desenvolvimento espetacular das forças produtivas, com a introdução de novas e revolucionárias tecnologias no processo de produção, criou condições para um grande avanço nesta direção, pois diminuiu substancialmente o tempo médio de trabalho necessário à produção das mercadorias destinadas a satisfazer o consumo da sociedade.
O economista Marcio Pochmann, presidente do IPEA, estima que nas condições atuais seria possível praticar uma jornada semanal de apenas 12 horas empregando todo mundo, ou seja, acabando com o desemprego, sem comprometer o nível de produção, satisfazendo plenamente as necessidades e demandas de consumo da sociedade.
Os capitalistas, contudo, são radicalmente contra a redução da jornada sem redução de salários, pois não querem sacrificar um tiquinho sequer dos fabulosos lucros que estão acumulando.

CADA CONQUISTA É UMA LUTA

Em nenhum momento da história do capitalismo, a regulação e redução da jornada foram obtidas à base da generosidade, caridade cristã ou boa vontade dos capitalistas. Resulta, invariavelmente, da luta enérgica da classe trabalhadora.
É produto “de uma guerra civil multi-secular” entre capital e trabalho, para lembrar as palavras do pensador alemão Karl Marx.
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*Wagner Gomes é presidente da CTB

Fequinfar: uma história de luta e conquistas para a categoria


Em seus 51 anos de existência, a filosofia de luta da Fequimfar (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Estado de São Paulo) está centrada num trabalho amplo e sério, compromissado junto aos seus 33 Sindicatos filiados e trabalhadores do setor químico.

.Ao longo dos últimos anos, a Fequimfar conquistou um amplo respeito do movimento sindical, junto a classe trabalhadora e toda a sociedade.

.A Fequimfar é reconhecida e referendada como modelo pela luta, por novas conquistas e pela garantia da manutenção de direitos da classe trabalhadora.

.Uma História marcada por uma série de conquistas junto com os seus sindicatos filiados.

. Esteve sempre à frente de iniciativas pioneiras, que hoje servem de referencia para as demais categorias.

Conquistas dos farmacêuticos Campanha salarial 2009/2010

. Reajuste salarial de 6% (sendo 0,08% de aumento real)
. Para salários acima de R$ 4.800,00, acréscimo de uma parcela fixa de R$288,00
. Piso salarialEmpresas com até 100 empregados: R$ 780,00 (que representa um reajuste de 6,12%, sendo 0,19% de aumento real)
. Empresas com mais de 100 empregados: R$ 802,00 (que representa um reajuste de 6,08%, sendo 0,15% de aumento real)
. PLREmpresas com até 100 empregados: R$ 800,00 (que representa um reajuste de 8,84%, sendo 2,76% de aumento real)
. Empresas com mais de 100 empregados: R$ 930,00 (que representa um reajuste de 9,15%, sendo 3,05% de aumento real).
. Antecipação da redução da jornada para 40 horas semanais sem perdas salariais, a partir de setembro de 2009. (A Fequimfar já havia conquistado em acordo anterior, uma cláusula que garantia a implantação da redução da jornada em dezembro desse ano, sendo que já havíamos conquistado uma redução de jornada para 41 horas, que já está em vigor em nossa atual convenção coletiva).
. Vale alimentação passa de R$ 36,00 para R$ 45,00
. Abono salarial linear no valor de R$ 500,00, a ser pago no mês de agosto

Químicos de Americana fazem parte da diretoria da Federação


Foi eleita no último dia 8 de maio de 2009 a nova diretoria da Fequimfar. O Processo eleitoral foi realizado com a presença de dirigentes de todos os 33 sindicatos filiados à entidade, que juntos, hoje representam mais de 120 mil trabalhadores em todo o estado. A chapa liderada por Sérgio Luiz Leite conquistou a unanimidade absoluta e foi eleita com 100% dos votos válidos para a gestão de 2009-2013.
Representantes dos Químicos de Americana vão integrar, nesta próxima gestão, a diretoria da Fequinfar.
“O compromisso de nossa Federação, junto à luta dos trabalhadores pela manutenção de seus direitos, por mais conquistas junto às áreas trabalhista e social, nas questões de saúde e qualidade de vida do trabalhador, por um maior incentivo às reformas política e tributaria e, principalmente pela ratificação da convenção 158 da OIT, vai nortear nossas ações a frente desta entidade”, declarou Serginho.

EXEMPLO DE COMPANHEIRISMO

“O sucesso desta eleição é fruto de um trabalho realizado por grandes companheiros, lideranças e dirigentes, de sindicatos que respeitam a classe trabalhadora e os trâmites legais do processo eleitoral, que transforma em realidade os direitos, as necessidades e reivindicações de sua base, sendo esse o nosso maior exemplo de companheirismo. Se nossa Federação é vanguarda em relação a processos democráticos, são os trabalhadores de nossa base, os nossos sindicatos filiados e conseqüentemente, todo o movimento sindical, os principais beneficiados”.


A Convenção 158 da OIT.
A OIT é uma das agências que fazem parte da Organização das Nações Unidas.
.Sua função é garantir que os países imponham limites ao poder econômico para preservar a dignidade do trabalhador. .As convenções da OIT são normas e possuem natureza jurídica de tratados internacionais. .A Convenção 158 é de 1982 e está em vigor em 34 países. O Brasil chegou a assinar o acordo. Mas em 1996 o então presidente Fernando Henrique Cardoso, por pressão da Confederação Nacional da Indústria (CNI), decretou que ela deixaria de vigorar para os trabalhadores brasileiros.

O QUE VAI PELA BASE




Redução de jornada no
Grupo Evonik Degussa


O nosso Sindicato conseguiu, a partir de negociação com a empresa Evonik Degussa, a redução da jornada sem redução de salários dos trabalhadores do setor administrativo, igualando a jornada com as outras empresas do site.


Começam os acertos das
diferenças na Baerlocher


O Sindicato ingressou na Procuradoria Regional do Trabalho questionando a empresa Baerlocher sobre as diferenças salariais dos trabalhadores. Desde então a empresa vem acertando essas diferenças. O Sindicato acredita que até a próxima campanha salarial a empresa já tenha resolvido a situação dos companheiros.



Insalubridade na Ferro:
vitória na 1ª instância

O Sindicato acionou a Ferro judicialmente sobre a questão da base de cálculo do adicional de insalubridade dos trabalhadores. Em Americana ganhamos em primeira instância e a justiça determinou que a base de cálculo deve ser paga sobre o piso da categoria e não sobre o salário mínimo. A empresa recorreu e o Sindicato aguarda a sentença do Tribunal.



Greve de advertência
no interior de São Paulo


No dia 13 de maio, diretores do STI São José do Rio Preto e da Fequimfar fizeram uma greve de advertência na porta da Usina Moreno, em Monte Aprazível, interior de São Paulo. A manifestação reuniu mais de 300 trabalhadores que cruzaram os braços por uma hora e meia para ouvir os dirigentes presentes. “Por enquanto foi só uma amostra do que pode vir pela frente. Se não nos unirmos agora não vamos ganhar nada. Os patrões estão dizendo que não vão conceder aumento algum. Isso é um absurdo e é bom que saibam que estamos preparados”, afirmou Jurandir Pedro de Souza, tesoureiro geral da Federação dos Químicos e presidente do STI Itapetininga.



Manifestações se estendem
por todo o interior paulista

Manifestações dos trabalhadores estão se estendendo por todo o Estado de São Paulo. No dia 12 de maio, os dirigentes sindicais também realizaram manifestção em Araçatuba, onde paralisaram as atividades na Usina Alcoazul S/A Açúcar e Álcool, por duas horas, já que a empresa não fez proposta do dissídio. Mais de 100 lideranças sindicais estiveram presentes. “A manifestação tem o objetivo de fazer com que o setor patronal apresente uma proposta de negociação referente a reposição salarial da categoria”, explica José Roberto da Cunha, presidente do STI Araçatuba